Tecnologia

“Venda da íris? Brasileiros fazem filas para ‘vender os olhos’ por R$ 700

Atualizado: 24 de jan.

Projeto polêmico do CEO da OpenAI paga brasileiros por imagens da íris; filas enormes viralizam no TikTok e levantam mistério!

Venda de Iris

Imagens impressionantes de longas filas em São Paulo, compartilhadas no TikTok, têm chamado atenção: brasileiros estão fazendo fila para “venda” da íris por R$ 700. Esse fenômeno está diretamente ligado ao projeto World, uma iniciativa global criada por Alex Blania e Sam Altman, CEO da OpenAI, que promete criar um “passaporte de humanidade”, conhecido como World ID.

O objetivo do projeto é claro, mas controverso: diferenciar humanos de robôs e inteligências artificiais em ambientes digitais, garantindo mais segurança na web. Para incentivar a adesão, os participantes recebem uma recompensa em criptomoeda, o que tem atraído mais de 100 mil brasileiros registrados em apenas dois meses. No cenário global, o número já ultrapassou os 10 milhões de usuários.

O que está por trás dessa venda de íris?

O World ID é gerado por um dispositivo chamado Orb, que realiza um escaneamento da íris das pessoas, criando uma identidade única. Após o registro, o usuário recebe uma recompensa financeira em worldcoins, a criptomoeda nativa do projeto, que atualmente está entre as 75 mais valiosas do mundo. 1 worldcoin equivale a aproximadamente US$ 2.

Venda da ìris em São Paulo

A Tools for Humanity, empresa responsável pelo projeto, explica que não se trata de uma “venda” propriamente dita, mas de um processo de engajamento incentivado por recompensas financeiras. A compensação é dividida em duas partes: uma paga logo após o registro, e a outra liberada ao longo de um ano.

O fenômeno tem sido especialmente popular em países com economias emergentes, como Argentina e Brasil, onde a recompensa financeira atrai muitos participantes. Porém, a iniciativa também enfrenta sérias críticas e questionamentos, principalmente em relação à privacidade e à segurança dos dados coletados.

O lado polêmico do projeto

Embora o projeto tenha ganhado popularidade, alguns países estão reagindo contra a coleta de dados pessoais. No Quênia, o governo ordenou que o World suspendesse seu serviço, devido a preocupações com a privacidade da população. Na Espanha, a Suprema Corte decidiu banir temporariamente o projeto no final de 2024, gerando ainda mais dúvidas sobre a ética por trás da coleta de dados sensíveis.

Apesar disso, a Tools for Humanity se defende, afirmando que o World ID faz parte da evolução da internet rumo à Web3, um novo modelo digital onde os usuários seriam recompensados pelo compartilhamento de seus dados pessoais.

O futuro está em jogo

Enquanto o projeto ganha terreno globalmente, a discussão sobre os limites da privacidade e a segurança dos dados nunca foi tão relevante. O que será que o World está realmente planejando para o futuro da internet? E qual será o impacto real para os brasileiros que, em busca de uma recompensa rápida, estão entregando um dos dados mais pessoais que possuem: seus olhos? O mistério continua.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *