Eleição Presidencial no Equador Seguirá para o Segundo Turno
Atualizado: 20 de fev.
Eleição no Equador Avança para o Segundo Turno
A eleição presidencial do Equador deverá seguir para o segundo turno em 13 de abril, caso a tendência observada na apuração das urnas se confirme.
Até a madrugada desta segunda-feira (10), cerca de 80% dos votos haviam sido contados, e o atual presidente, Daniel Noboa, liderava a disputa com 44,5%, enquanto a candidata de esquerda, Luisa Gonzalez, vinha logo atrás com 44,1%. Ambos os candidatos enfrentaram-se também em 2023, quando competiram pela chance de completar o mandato do antecessor de Noboa.
Desafios e Propostas de Noboa e Gonzalez
Embora as pesquisas apontassem uma vitória de Noboa no primeiro turno, o resultado estava muito apertado no domingo, o que indicava que a decisão seria adiada para o segundo turno. O chefe do Conselho Eleitoral Nacional, Diana Atamaint, declarou que, se a tendência persistir, os equatorianos voltarão às urnas em 13 de abril para decidir o próximo presidente.
Noboa, de 37 anos e herdeiro de um império empresarial, tem se destacado pela sua gestão de segurança, implementando medidas de mobilização militar e policiamento nas ruas e prisões, o que, segundo ele, reduziu as mortes violentas em 15% e ajudou a capturar líderes de gangues criminosas.
Por outro lado, Luisa Gonzalez, de 47 anos, candidata de esquerda e protegida do ex-presidente Rafael Correa, tem focado em propostas agressivas para combater o crime relacionado ao tráfico de drogas, que tem assolado o país nos últimos anos. Em seu discurso aos apoiadores, Gonzalez prometeu grandes operações militares e policiais, além de um plano de gastos sociais nas áreas mais violentas, enfatizando que sua candidatura representa “esperança e mudança”, em contraste com Noboa, que ela acusou de gerar “medo”.
Controvérsias e Desafios Legais
O clima de tensão também aumentou devido a acusações de fraude eleitoral. Correa e Gonzalez têm criticado a forma como o processo tem sido conduzido, apontando que o Conselho Eleitoral tem favorecido Noboa ao permitir que ele desrespeitasse certas regras de campanha. Gonzalez afirmou que o resultado do primeiro turno ainda está em um “empate técnico” e acredita que sua candidatura continuará a crescer, enquanto a de Noboa perderá apoio.
Além disso, Noboa enfrenta desafios internos no governo, incluindo uma disputa com seu vice-presidente e um julgamento recente do Tribunal Constitucional que invalidou dois decretos usados por ele para se licenciar da campanha. Essa decisão pode complicar a capacidade de Noboa de nomear um vice-presidente interino, o que afetaria sua estratégia de campanha para o segundo turno.
Recentemente, Noboa também anunciou uma série de medidas de última hora, incluindo apoio a migrantes retornando dos Estados Unidos e a criação de tarifas sobre importações mexicanas, bem como um acordo comercial com o Canadá. Essas propostas podem ser vistas como tentativas de ganhar apoio dos eleitores em um cenário cada vez mais competitivo.
Com tudo isso, o Equador se prepara para um segundo turno histórico, com as tensões políticas e sociais elevadas, e o resultado final sendo incerto até o próximo mês de abril.