Dólar Recua para R$ 5,76: Ajustes no Brasil e no Exterior Movem o Mercado Cambial
Atualizado: 20 de fev.
O dólar encerrou a quinta-feira em queda de 0,49%, fechando a R$ 5,7649, o valor mais baixo desde novembro de 2024. O movimento de correção no mercado brasileiro e fatores externos contribuíram para a redução da cotação, que devolveu os ganhos registrados no dia anterior. O mercado segue atento aos próximos dados de emprego nos Estados Unidos e ao desenrolar do conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Cotação do Dólar Hoje: Movimentos no Mercado
O dólar comercial sofreu uma queda de 0,52%, registrando R$ 5,763 na compra e R$ 5,764 na venda. Já o dólar para março, negociado na B3, apresentou uma queda de 0,53%, marcando 5.790 pontos. Este movimento de ajuste ocorre após o fechamento em alta do dólar à vista na quarta-feira, quando o valor subiu 0,37%, indo para R$ 5,7935.
Além disso, o Banco Central anunciou que realizará um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial para rolar o vencimento previsto para 5 de março de 2025.
Dólar Comercial:
Compra: R$ 5,763
Venda: R$ 5,764
Dólar Turismo:
Compra: R$ 5,813
Venda: R$ 5,993
Fatores que Influenciam o Mercado Cambial
Em uma sessão com poucos dados econômicos, os investidores se posicionaram de acordo com as expectativas sobre fatores internos e externos. No Brasil, o mercado revisitou o movimento de reprecificação dos ativos, considerando que as cotações de fim de 2024 estavam distorcidas, especialmente diante das incertezas fiscais. Esse ajuste, somado à percepção de que o novo governo dos Estados Unidos se mostra mais moderado, contribuiu para a queda do dólar.
Após 12 quedas consecutivas, o dólar acumula uma perda de 6,7% no ano de 2025. No entanto, em dezembro de 2024, a moeda norte-americana superou os R$ 6,00, impulsionada por receios sobre as contas públicas brasileiras e o anúncio de um pacote fiscal pelo governo.
O analista Leonel Mattos, da StoneX, destacou que o movimento de hoje é mais um ajuste e realização de lucros, sem um fator específico que tenha orientado o mercado.
Mercado Externo e Apreensão com o Conflito Comercial
No cenário internacional, o mercado ajusta suas expectativas sobre o governo de Donald Trump, avaliando que suas ameaças tarifárias podem ser mais uma estratégia de negociação política do que uma medida econômica efetiva. Trump recentemente impôs tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá, mas chegou a um acordo com esses países para suspender as taxas por 30 dias.
Em relação à China, as tarifas de 10% impostas por Trump ainda geram impasse, o que mantém os mercados globais cautelosos. Para Rafael Sueishi, da Manchester Investimentos, a volatilidade das relações comerciais indicam que a tendência futura será uma política mais protecionista, o que pode afetar o comércio global.
Flutuação do Dólar no Mercado Emergente
Além da desvalorização frente ao real, o dólar também perdeu terreno frente a outras moedas emergentes, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno. No início do dia, o dólar chegou a subir contra o real, influenciado por declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que geraram preocupações entre os agentes financeiros.
Em entrevista, Lula afirmou que a inflação está “totalmente controlada” e que novas medidas de crédito seriam anunciadas nos “próximos dias”. Essas declarações indicaram que o governo estaria mais focado em estimular a economia do que em resolver questões fiscais e de inflação, o que gerou insegurança no mercado. O dólar atingiu sua máxima do dia, a R$ 5,8239, logo após essas declarações, mas logo passou a perder força.
Ao longo da tarde, a cotação do dólar recuou para R$ 5,749, o que representou uma queda de 0,77% em relação ao início do pregão.
Expectativas para o Mercado de Câmbio
A dinâmica do dólar continua a ser influenciada por uma série de fatores internos e internacionais. No Brasil, a reprecificação dos ativos e a evolução das políticas econômicas no país seguirão sendo fatores importantes. No exterior, a guerra comercial entre os EUA e a China e as negociações com México e Canadá devem continuar a gerar volatilidade no mercado cambial.
Os investidores continuam atentos a qualquer sinal de mudanças nas políticas monetárias e fiscais, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, e aguardam novos dados econômicos que possam indicar os próximos rumos da economia global.
Fique atento aos próximos desdobramentos no mercado de câmbio e ao impacto das decisões políticas no Brasil e no exterior!