Copom pode elevar Selic para 13,25% na primeira ‘superquarta’ de 2025
Nesta quarta-feira, 29 de janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reuniu para decidir o futuro da taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira.
As expectativas indicam que a Selic pode ser aumentada em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. Caso a decisão seja confirmada, será a quarta alta consecutiva desde setembro de 2023, retornando ao nível observado em agosto do ano passado.
O que é uma “superquarta”?
A reunião de hoje marca a primeira “superquarta” de 2025, um evento simultâneo em que tanto o Banco Central do Brasil quanto o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) tomam decisões importantes sobre as taxas de juros. Esses encontros geram grande expectativa nos mercados, já que suas decisões impactam diretamente a economia global.
Novas lideranças no Banco Central
A reunião do Copom também coincide com a estreia de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central, após ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Galípolo assume a função em um contexto desafiador, com uma inflação em ascensão e a necessidade de medidas rigorosas para controlar a economia.
Alta nos juros para combater a inflação
O aumento da Selic visa conter o avanço da inflação e estabilizar a economia. No final de 2024, o Banco Central intensificou a elevação da taxa para controlar a pressão inflacionária, que foi exacerbada pela alta do dólar e aumento nos preços. Na última reunião, em dezembro, o Comitê sinalizou que uma nova elevação de 1 ponto percentual seria provável em janeiro de 2025.
Impactos da Selic sobre a economia
A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação e influencia diretamente as condições de crédito. Com taxas mais altas, o crédito se torna mais caro, o que reduz o consumo e o investimento, ajudando a controlar os preços. No entanto, juros elevados também podem prejudicar o crescimento econômico.
Projeções para 2025 e 2026
De acordo com o Boletim Focus, as expectativas indicam que a Selic pode se manter em 13,25% até o meio do ano. A projeção para o fim de 2025 é que a taxa atinja 15%, enquanto a inflação projetada para o ano foi ajustada de 5% para 5,08%.
Economistas do C6 Bank sugerem que o Banco Central deve aumentar a Selic mais duas vezes antes de julho, elevando-a até 15%, e mantendo esse nível até 2026.
O futuro da Selic
Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, acredita que a Selic pode atingir um pico de 15,25% ao ano em junho, sem perspectivas de redução durante 2025. Para 2026, a previsão é que a taxa caia para 13,5% ao ano, caso a inflação seja controlada.
Histórico recente da Selic
Entre 2022 e 2023, a Selic foi mantida em 13,75% ao ano. Depois disso, a taxa foi reduzida gradualmente até atingir 10,5% no meio de 2024. No entanto, com a piora da inflação, o Banco Central voltou a elevar os juros a partir de setembro de 2024. Em dezembro, a taxa chegou a 12,25%, após um aumento de 1 ponto percentual.
O que é a Selic e como ela afeta o seu bolso?
A taxa Selic é a taxa de juros básica da economia e serve como referência para as demais taxas de juros no mercado. Ela influencia diretamente os juros cobrados pelos bancos em empréstimos e financiamentos, afetando o custo do crédito. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a inflação e a demanda excessiva, o que pode desaquecer o consumo e estimular a poupança. Já uma redução na Selic visa estimular o consumo e a produção, tornando o crédito mais acessível.
A decisão do Copom de hoje é crucial para definir os rumos da economia brasileira no curto e médio prazo.
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