Política

Bolsonaro vai ao aeroporto, porém não embarca para posse de Donald Trump

Atualizado: 24 de jan.

Passaporte do ex-presidente retido desde fevereiro de 2024; Moraes rejeita pedido de devolução

Bolsonaro e Michelle no Aeroporto

Bolsonaro se diz “abalado” e “constrangido” por não poder comparecer à posse de Donald Trump, enquanto passaporte segue retido

Neste sábado (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro acompanhou sua esposa, Michelle Bolsonaro, ao aeroporto de Brasília, onde expressou estar “abalado” e “constrangido” por não poder comparecer à posse de Donald Trump nos Estados Unidos, marcada para segunda-feira (20). O motivo para a ausência é a retenção de seu passaporte, que está sob guarda desde fevereiro de 2024, após uma operação da Polícia Federal.

O passaporte de Bolsonaro foi retido em função de investigações em curso, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou um pedido da defesa do ex-presidente para a devolução do documento. Quando o recurso também foi negado, Bolsonaro decidiu enviar sua esposa para representá-lo no evento, mas demonstrou frustração com a situação.

“Estou chateado, abalado. Enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa, que decide a vida de milhões no Brasil. Ele e mais ninguém. Ele é o dono do processo, o dono de tudo. Quando quer, ignora o Ministério Público e faz o que bem entende. O objetivo é eliminar a direita do Brasil”, afirmou Bolsonaro em entrevista a jornalistas.

O ex-presidente também questionou o fato de ser impedido de viajar, mesmo sem uma condenação formal. “Sou investigado desde 2019 no inquérito das fake news, que completa seis anos. Dois anos se passaram desde o 8 de Janeiro, e até hoje ninguém sabe quem liderou a tentativa de golpe, segundo eles. Que golpe foi esse?”, indagou Bolsonaro, em tom de crítica.

Ele também ressaltou a ausência de uma condenação judicial definitiva, enfatizando que representava a direita no Brasil e lamentava não poder participar do evento internacional. “A imprensa mundial está noticiando isso. Não vamos ser vencidos por narrativas. Não pode um único membro do Supremo Tribunal Federal decidir o destino de qualquer um como se fosse o dono da verdade”, disse o ex-presidente.

A decisão de Alexandre de Moraes

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes argumentou que Bolsonaro tem apoiado a “evasão ilícita do território nacional” e a tentativa de “permanência clandestina no exterior”, em particular na Argentina, para evitar a aplicação da lei e das decisões judiciais já transitadas em julgado. Moraes destacou que essa atitude poderia prejudicar a execução de decisões jurídicas definitivas.

No dia 15 de janeiro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também se manifestou contra a devolução do passaporte, alegando que Bolsonaro não demonstrou um interesse público legítimo em sua ida aos Estados Unidos. Segundo Gonet, o ex-presidente não justificou adequadamente a importância de sua viagem para o evento.

A situação continua a gerar controvérsias, com a defesa de Bolsonaro mantendo sua posição de que a retenção do passaporte é uma medida desproporcional e política. Enquanto isso, o ex-presidente segue sendo monitorado em um contexto judicial tenso, que pode ter implicações ainda maiores conforme os desdobramentos do processo.

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