Ataque massivo de drones ucranianos atinge região de Moscou
Em meio ao conflito persistente entre Rússia e Ucrânia, novos acontecimentos marcam tanto a escalada militar quanto as tentativas diplomáticas de resolução. Enquanto drones ucranianos atingem a região de Moscou, representantes da Ucrânia e dos Estados Unidos iniciam conversas em território saudita.
Ataque em Massa com Drones Ucranianos Alcança Região de Moscou
O Ministério da Defesa russo anunciou na manhã desta terça-feira que suas forças interceptaram 337 drones ucranianos, sendo 91 deles na região de Moscou. Este representa um dos maiores ataques aéreos não tripulados realizados pela Ucrânia em território russo desde o início do conflito.
As cidades de Vidnoïe, Domodedovo, Ramenskoïe e o vilarejo de Sapronovo, todas localizadas ao sul da capital russa, foram atingidas pelos ataques. Em Sapronovo, aproximadamente a 10 quilômetros de Moscou, um drone atingiu o 21º andar de um edifício residencial de 25 andares, destruindo janelas e uma varanda.
Imagens compartilhadas por jornalistas presentes em Ramenskoïe, cerca de 40 quilômetros a sudeste de Moscou, mostram um edifício de 22 andares parcialmente danificado. Pelo menos dois apartamentos foram afetados, com estilhaços de vidro e outros destroços espalhados pelo chão num raio de dezenas de metros.
De acordo com Andreï Vorobiov, governador da região de Moscou, duas pessoas morreram no ataque em Domodedovo. As vítimas eram funcionárias de uma instalação da empresa agroindustrial Miratorg, que teve diversos locais danificados durante o ataque.
Ucrânia também sofre bombardeios intensos
Enquanto realizava sua ofensiva com drones, a Ucrânia também enfrentou novos bombardeios russos na noite de segunda para terça-feira. Segundo a Força Aérea ucraniana, 126 drones e um míssil balístico foram lançados contra o país.
Os primeiros relatórios indicam que os danos foram limitados, embora a frequência desses ataques continue preocupando autoridades em Kiev.
Além da região de Moscou, o ataque ucraniano também afetou significativamente a região de Kursk, fronteiriça com a Ucrânia, onde 126 drones foram abatidos segundo o Ministério da Defesa russo. Outras regiões visadas incluem Briansk e Belgorod, também na fronteira ucraniana, além de Riazan, Kaluga, Voronej e Nijni Novgorod.
Esforços diplomáticos começam em território neutro
Em paralelo às ações militares, esforços diplomáticos começaram em Jeddah, na Arábia Saudita. O negociador ucraniano e chefe da administração presidencial, Andriy Yermak, classificou o início das conversas com a delegação americana como “muito construtivo” em mensagem publicada no Telegram.
“A reunião com a equipe americana começou de forma muito construtiva. Estamos trabalhando para estabelecer uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, declarou Yermak, compartilhando as primeiras imagens do encontro. Durante estas conversações, espera-se que seja discutida uma possível trégua parcial entre Kiev e Moscou.
Em declaração a jornalistas na abertura das discussões, o conselheiro de alto escalão do presidente Volodymyr Zelensky afirmou que a Ucrânia está disposta “a fazer tudo para alcançar a paz” e encerrar o conflito com a Rússia, sinalizando uma possível abertura para negociações mais substanciais.
O que esperar dos próximos passos?
A intensificação dos ataques com drones por ambos os lados demonstra uma nova fase do conflito, onde tecnologias não tripuladas ganham protagonismo nas estratégias militares. Especialistas em segurança internacional destacam que este tipo de guerra à distância pode se tornar ainda mais prevalente nos próximos meses.
Ao mesmo tempo, as conversações iniciadas na Arábia Saudita representam uma importante oportunidade diplomática. A presença americana nestas negociações indica o contínuo envolvimento de Washington como mediador no conflito, mesmo após as recentes mudanças na administração americana.
Autoridades internacionais acompanham atentamente esses desenvolvimentos, uma vez que qualquer avanço nas conversas poderia representar o primeiro passo concreto para uma resolução negociada após mais de dois anos de conflito aberto.
